Começou quando o presidente
Vladimir Putin reagiu à mudança política na Ucrânia, considerando a derrubada
do presidente como um Golpe de Estado e iniciou uma série de retaliações ao
país. A principal delas foi o início de uma intervenção sobre a Crimeia a qual já
pertencera à Rússia, e mais da metade de sua população fala o idioma russo.
Esse território foi cedido à Ucrânia em 1954, quando esta ainda fazia parte da
URSS, pelo presidente soviético Nikita Khrushchev, que era ucraniano. Por isso,
Putin considera que as transformações políticas no país configuram uma ameaça à
segurança dos cidadãos russos residentes na província em questão.
Anteriormente já havia sido feito
um acordo entre os dois países sobre a questão da Crimeia, em que os russos
foram autorizados a instalar uma base militar na cidade de Sebastopol, no
extremo sul da península, o que se mantém ainda hoje. Em troca, na época, a
Rússia concedeu cerca de 40 bilhões de dólares em gás natural.
Com a tomada do poder pelas
forças ucranianas, Putin decidiu militarizar a região da Crimeia, ocupando
aeroportos e bases militares. Dezenas de homens armados tomaram as sedes do
Parlamento e do governo locais, em Simferopol, capital da Crimeia, e hastearam
uma bandeira russa. A ação foi facilitada pela pouca resistência do governo
ucraniano e pelo fato de as forças militares da Crimeia ser em grande parte,
formadas por cidadãos de origem ou descendência russa. Essa decisão gerou um
agravo nas relações diplomáticas, uma vez que Estados Unidos e União Europeia
reagiram prontamente, ameaçando o estabelecimento de sanções diplomáticas
contra a Rússia.
A sede do governo russo não
recuou e continuou com as suas intenções de anexar a Crimeia como parte de seu
território. Portanto, foi marcado um referendo no local em que a população
dessa província decidiria o futuro do país, o que ocorreu no dia 16 de março,
com resultado vitorioso para os russos, sendo 96.7% dos votos favoráveis à
anexação territorial.
Com isso, sanções e pressões
externas foram impostas pelos norte-americanos e europeus. No entanto, elas
resumiram-se ao congelamento de bens de alguns diplomatas russos e restrições
na emissão de vistos, o que pode ser considerado como pouco significativo em
termos geopolíticos. Apesar disso, a situação vem se tornando cada vez mais
tensa, uma vez que uma provável guerra entre Rússia e Ucrânia eleva os temores
de um conflito de amplas dimensões envolvendo potências nucleares, pois tal
evento forçaria uma possível intervenção da OTAN (Organização do Tratado do
Atlântico Norte).
Manifestações em Moscou
Manifestações em Moscou
Grandes manifestações de protesto pedindo a intervenção na
Ucrânia teve lugar por toda a Rússia em meio a uma campanha de propaganda cada
vez mais estridente pela mídia, controlada pelo Kremlin, destinadas a
incrementar o apoio à ação militar. Milhares de pessoas carregando bandeiras
russas marcharam por Moscou para gritar a sua solidariedade com os russos
étnicos na Ucrânia e denunciando o novo regime, em Kiev.
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