quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Independência da Criméia


Começou quando o presidente Vladimir Putin reagiu à mudança política na Ucrânia, considerando a derrubada do presidente como um Golpe de Estado e iniciou uma série de retaliações ao país. A principal delas foi o início de uma intervenção sobre a Crimeia a qual já pertencera à Rússia, e mais da metade de sua população fala o idioma russo. Esse território foi cedido à Ucrânia em 1954, quando esta ainda fazia parte da URSS, pelo presidente soviético Nikita Khrushchev, que era ucraniano. Por isso, Putin considera que as transformações políticas no país configuram uma ameaça à segurança dos cidadãos russos residentes na província em questão.
Anteriormente já havia sido feito um acordo entre os dois países sobre a questão da Crimeia, em que os russos foram autorizados a instalar uma base militar na cidade de Sebastopol, no extremo sul da península, o que se mantém ainda hoje. Em troca, na época, a Rússia concedeu cerca de 40 bilhões de dólares em gás natural.
Com a tomada do poder pelas forças ucranianas, Putin decidiu militarizar a região da Crimeia, ocupando aeroportos e bases militares. Dezenas de homens armados tomaram as sedes do Parlamento e do governo locais, em Simferopol, capital da Crimeia, e hastearam uma bandeira russa. A ação foi facilitada pela pouca resistência do governo ucraniano e pelo fato de as forças militares da Crimeia ser em grande parte, formadas por cidadãos de origem ou descendência russa. Essa decisão gerou um agravo nas relações diplomáticas, uma vez que Estados Unidos e União Europeia reagiram prontamente, ameaçando o estabelecimento de sanções diplomáticas contra a Rússia.
A sede do governo russo não recuou e continuou com as suas intenções de anexar a Crimeia como parte de seu território. Portanto, foi marcado um referendo no local em que a população dessa província decidiria o futuro do país, o que ocorreu no dia 16 de março, com resultado vitorioso para os russos, sendo 96.7% dos votos favoráveis à anexação territorial.

Com isso, sanções e pressões externas foram impostas pelos norte-americanos e europeus. No entanto, elas resumiram-se ao congelamento de bens de alguns diplomatas russos e restrições na emissão de vistos, o que pode ser considerado como pouco significativo em termos geopolíticos. Apesar disso, a situação vem se tornando cada vez mais tensa, uma vez que uma provável guerra entre Rússia e Ucrânia eleva os temores de um conflito de amplas dimensões envolvendo potências nucleares, pois tal evento forçaria uma possível intervenção da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Manifestações em Moscou
Grandes manifestações de protesto pedindo a intervenção na Ucrânia teve lugar por toda a Rússia em meio a uma campanha de propaganda cada vez mais estridente pela mídia, controlada pelo Kremlin, destinadas a incrementar o apoio à ação militar. Milhares de pessoas carregando bandeiras russas marcharam por Moscou para gritar a sua solidariedade com os russos étnicos na Ucrânia e denunciando o novo regime, em Kiev.


Nenhum comentário:

Postar um comentário